11 julho 2008

O universo se expande

Quando resolvi começar a montar kit, achava que o mundo era só Airfix e Revell. O contato com o pessoal da WWI Modeling Mailing List me fez descobrir que havia muito, mas muito mais que isso. Entre a infinidade de marcas novas que descobri havia uma ucraniana, chamada Roden, que andava lançando vários kits de Primeira Guerra, e encomendei alguns deles. O primeiro que resolvi montar foi o elegante Pfalz D.IIIa.

O avião é realmente bonito, mas o kit dá uma dorzinha de cabeça. Acontece que uma das diferenças entre o D.III e o D.IIIa é a localização das metralhadoras. No D.III elas vinham dentro do capô (chamemos assim) do avião. Depois de reclamações dos pilotos, elas foram mudadas para a altura dos olhos do aviador, no D.IIIa. A Roden, para economizar, resolveu dividir a fuselagem em três peças: duas que formam o corpo do avião, que é igual no D.III e no D.IIIa, e o capô vem separado. O problema é alinhar as três peças. Eu não consegui. Apesar de muito putty (a essa altura eu já sabia o que era isso) e lixa, a linha de junção continuou aparente.

Um pouquinho sobre o piloto deste avião, Ltn. Carl Degelow (Jasta 40): Degelow aparece em 30.º lugar na lista dos maiores ases alemães, com 30 vitórias, empatado com outros quatro pilotos. Ele foi o último aviador alemão a receber a Pour Le Mérite, a maior condecoração do Império: sua premiação ocorreu em 9 de novembro de 1918, apenas dois dias antes do Armistício. A insígnia do piloto, um cervo, foi inspirada no Der weisse Hirsch ("o cervo branco"), uma parte de Dresden. Há uma certa controvérsia sobre se o bicho pintado no Pfalz (e, posteriormente, no Fokker D.VII de Degelow) seria branco ou prateado, mas não me prendi muito nisso. Carl Degelow sobreviveu à guerra, foi major da Luftwaffe durante a 2.ª Guerra Mundial e morreu em 1970, com 79 anos.

Outras novidades neste meu kit: pela primeira vez usei nele verniz brilhante. O silvering não sumiu completamente, mas diminuiu bem. Vejam só:







Esse kit foi concluído em novembro de 2001 e sofreu um, hm, "acidente" quando eu o levava para uma convenção no litoral paulista. Uma das estruturas que ligava as duas asas quebrou e não tinha como ser consertada. Aì não teve como salvar o avião, que deve ter sido destruído, sei lá. Mas, antes disso, ele ainda ganhou umas medalhinhas.
Bronze: Catanduva 2002, categoria WWI e Biplanos 1/72
Bronze: Araras 2002, categoria WWI e Biplanos 1/72

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