11 julho 2008

Agora pelo menos as fotos vão ficando melhores

A partir desse kit vocês vão perceber uma melhora incrível nas fotos. É que a essa altura meu irmão mais novo tinha voltado dos Estados Unidos trazendo uma câmera digital. Até então eu usava minha câmera de filme e passava as fotos depois num scanner.

Não me lembro como, mas caiu na minha mão um Albatros D.III da Esci. Esse Albatros foi um dos aviões mais importantes da guerra para os alemães. Entrou em ação em janeiro de 1917 para substituir os Albatros D.I e D.II. O motor era mais potente, um Mercedes D.IIIa de 175 hp, mas a maior diferença do Albatros D.III em comparação com seus antecessores estava na asa inferior. O novo design adotou a configuração de "sesquiplano" usada nos Nieuport franceses, em que a asa inferior tinha quase a metade da largura da asa superior. Isso aumentava a visibilidade para o piloto. Estruturalmente, a modificação levou ao uso de uma estrutura em "V" entre as asas, em vez das usadas nos Albatros D.I e D.II, e cresceu a possibilidade de uma falha estrutural em pleno vôo -– até o Barão Vermelho passou por isso. Foram construídos 1.350 D.III, e eles formaram a espinha dorsal da aviação alemã até o meio de 1917, quando começaram a chegar os Albatros D.V.

A essa altura, eu já tinha adquirido um item essencial de referência: o CD-Rom do Bob Pearson com centenas de perfis de aviões. Era o que eu precisava para fugir dos esquemas de pintura sugeridos pelos kits, que nem sempre eram meus preferidos. E foi no CD que eu descobri o Albatros D.III serial 2041/16 do Ltn. Ernst Hess.

Hess era do Jasta 28w ("w" de Württenberg) e chegou a um total de 17 vitórias (outros 7 pilotos terminaram a guerra com o mesmo número). Condecorado com a Cruz de Ferro, primeira e segunda classe, e a Ordem da Casa Real de Hohenzollern com Espadas, o ás morreu em dezembro de 1917, quando seu Albatros D.Va do Jasta 19 foi abatido por um avião da Escadrille N96 francesa.

O perfil, no entanto, só mostrava a lateral do avião, e ficou a dúvida sobre como pintar as asas. Dan-San Abbott, um especialista em WWI que escreve no Aerodrome, me esclareceu sobre isso. Como o avião de Hess não tinha nenhuma insígnia pessoal, só as cruzes nas asas, fuselagem e cauda, não tive problema para achar decais. Os do kit já serviam.

Esse Albatros da Esci é bem ruinzinho. Tive que retirar muito plástico de dentro da fuselagem para colocar lá dentro um assento. Mas a grande novidade são as Spandaus em photo-etch da Copper State Models. Para montá-las recebi muitas dicas do próprio Eric Hight (dono da CSM), do Steve Perry e do Diego Fernetti. Como vocês podem ver, saiu um tanto torto, mas para uma primeira experiência até que não está mal. Foi a partir daí que o Agnaldo Tavares passou a achar que eu tinha parafuso a menos. Fazer Spandau em photo-etch em 1/72...



Seguem as dicas de cores para quem quer fazer um igual:
Fuselagem -- Humbrol 147 (Matt Light Grey), Humbrol 63 (Matt Sand) e Humbrol 101 (Matt Mid Green)
Asas -- Humbrol 120 (Matt Light Green), Revell 361 e Revell 381
Cauda -- Humbrol 33 (Matt Black) e Humbrol 24 (Matt Trainer Yellow)






Esse kit ficou pronto em agosto de 2002, a tempo de participar do concurso de Campinas, e também papou algumas medalhinhas:
Prata: Campinas 2002, categoria WWI e Biplanos 1/72
Prata: GPPSD/Comando Militar do Sudeste (São Paulo) 2003, categoria WWI 1/72
Mas acho que o destino dele também será o teto do quarto do Bruno.

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